Fazendo Teshuva Rosh Mosheh Ben Shalom

RESUMO: A temática da investigação sobre uma pretensa verdade extraliterária relacionada ao conto “Emma Zunz”de Jorge Luís Borges, bem como a estrutura da obra em forma de entrevista, que coloca em diálogo o narrador em primeira pessoa (com traços biográficos de Begazo) e um Jorge Luís Borges ficcionalizado, podem ser apontadas como formas de aproximação aos gêneros biográfico e policial na novela Los Testigos (2015) de Jaime Begazo. Os dois gêneros são apropriados e transfigurados, pois não são legitimados pelo pacto do realismo ou da verdade. Desta forma, Begazo utiliza somente o artifício do memorial e do testemunhal, transfigurando os dois gêneros e discutindo metaficcionalmente a inconfiabilidade da matéria narrada e os limites tênues entre a realidade e a ficção no texto narrativo.

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A presente tese analisa os obstáculos encontrados pelas comunidades atingidas pela mineração, no Brasil, na busca pela responsabilização das empresas transnacionais pelas violações aos direitos humanos. Tal pesquisa se realiza através da escala local-global, com foco nas mudanças na organização do poder corporativo dos anos 1990-2023, e enfatiza as alternativas ao poder corporativo advindas da resistência popular. Especificamente, objetiva-se identificar os obstáculos e os padrões de repetição das violações aos direitos humanos nos conflitos socioambientais de mineração e sua relação com as práticas corporativas expropriatórias nos territórios; detectar as narrativas corporativas de apropriação e dominação na mineração difundidas no cenário global; analisar, no campo jurídico, a disputa das empresas pela agenda dos direitos humanos e suas consequências; e apresentar as resistência ao poder corporativo das empresas transnacionais enquadradas na agenda de direitos humanos e empresas. O método utilizado foi a pesquisa-militante, tendo como metodologia de levantamento de dados a assessoria jurídica popular realizada entre os anos de 2015-2022, no Coletivo de Direitos Humanos do Movimento dos Atingidos e Atingidas por Barragem, combinada com pesquisa documental, análise das políticas empresariais por meio dos think tanks do setor e revisão bibliográfica. Essa última, concentrou-se em referências críticas no campo jurídico no diálogo com a antropologia e a sociologia. Entre os resultados apresentados se destaca a constituição de uma arquitetura jurídica da impunidade, na qual a autorregulação empresarial se sobrepõe ao cumprimento dos direitos humanos em dois níveis. O primeiro, nas situações dos conflitos socioambientais, quando as empresas buscam ampliar seu controle sobre as comunidades do entorno e recorrem a um padrão de respostas da indústria da mineração às contestações sociais e ambientais, implementando práticas corporativas expropriadoras de direitos. No segundo nível, durante ou após o conflito, as corporações negociam a pressão local e a demanda dos acionistas por meio de um alinhamento discursivo que situa a empresa como responsável pela solução e não parte do conflito, compondo as narrativas de dominação, reprodutoras da dependência. Por fim, no campo jurídico, identificamos a agenda de empresas e direitos humanos, como reprodutora das políticas neoliberais, na qual mantem-se os obstáculos para responsabilização do poder corporativo, ao assegurar uma lógica de voluntariedade mantenedora da impunidade corporativa (ou, em outras palavras, da violação de direitos), ao passo que as empresas, por meio de estratégias como a responsabilidade social corporativa e as soluções negociadas, atuam em um cenário de não responsabilização em relação aos danos sociais e ambientais que causam, reproduzindo a expropriação, a dependência e as violações aos direitos humanos. E em oposição a isso, movimentos populares e organizações constroem a agenda de direitos humanos e empresas, como alternativa, centrada na busca por um novo horizonte de direitos humanos ligado à libertação dos povos

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Esta pesquisa qualitativa de caráter bibliográfico-documental está dividida em 6 capítulos, além da introdução e do capítulo destinado à discussão dos resultados. Tem como objetivo central demonstrar a importância do ensino coletivo de instrumento desenvolvido no SESC-Consolação desde sua criação; as similaridades e diferenças com o ensino coletivo de instrumento desenvolvido na Inglaterra e nos EUA, além dos benefícios da adoção desse modelo pedagógico na educação não formal brasileira. O capítulo inicial descreve como se originou o ensino coletivo de instrumentos de cordas friccionadas em grande escala na Inglaterra, no século XIX, com o predomínio do ensino de violino. Conforme descrevem os pesquisadores europeus, esse modelo foi introduzido nas escolas públicas inglesas, gerando o Movimento de Maidstone, que permitiu a milhares de crianças aprenderem violino e outros instrumentos, já no início do século XX. O capítulo II descreve como esse ensino foi introduzido nos EUA e de que forma ele se propagou até os dias atuais. Os capítulos III e IV descrevem o surgimento do ensino coletivo de instrumentos destinado aos jovens e adultos, no SESC Consolação; sua extensão e importância na educação não formal brasileira; as similaridades e diferenças com o ensino musical desenvolvido na Inglaterra e nos EUA. Além desse estudo comparativo foram realizadas algumas entrevistas com alunos, professores, gestores e músicos que iniciaram seu aprendizado musical nessa instituição; consultados documentos que relatam as atividades desenvolvidas ao longo dos anos por essa instituição. Os últimos dois capítulos foram destinados à análise dos métodos desenvolvidos no SESC destinados ao ensino coletivo de cordas, o legado dos egressos do projeto de cordas do SESC, o perfil atual desta atividade e propostas para o futuro. Esperamos com esta pesquisa, demonstrar a importância pedagógica do SESC-Consolação no cenário musical brasileiro e as vantagens que o ensino coletivo de instrumentos oferece.

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